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Visto como pai por seus alunos, Mestre Cid é um grande exemplo de humildade e de que todas as dificuldades podem ser superadas.
Por Maíra Gomes

Nascido em 28 de Março de 1957, no Rio de Janeiro, Milciades Ferreira da Costa Dourado, hoje conhecido por toda a comunidade capoerística como Mestre Cid, diz que o reconhecimento dos alunos é muito gratificante pra ele, “Os alunos são tudo na minha vida!”, afirmou em um bate-papo descontraído. 
O mestre que hoje dá aulas todos os dias da semana, em vários horários diferentes, foi seguido um dia inteirinho, porque essa era única maneira de conseguir uma entrevista, já que nos fins de semana, seu tempo é dividido entre eventos de capoeira e a família.
O pouco tempo que tem para descansar é dedicado à esposa e a Raphael seu filho travesso que completará seis anos no mesmo mês em que ganhará uma irmãzinha.
Família, profissão, reconhecimento e até a perda de um filho do coração, foram os temas da nossa entrevista, que está imperdível e emocionante.

(Maíra Gomes) - Como e quando o senhor começou a treinar capoeira? Em que grupo e com que mestre?
(Mestre Cid) – Eu comecei a treinar capoeira com 15 para 16 anos em Laranjeiras, após uma apresentação de um grupo de capoeira “Furacões da Bahia” numa churrascaria na Rua das Laranjeiras, que meu pai levou as crianças, né?! Aí nós ficamos impressionados com aquela apresentação. Meu pai tinha uma condição boa na época, uma casa muito grande, contratou o grupo pra fazer a apresentação dentro da minha casa. O interesse foi grande, o Cebolinha (hoje mestre na Bahia) ficou morando na minha casa e ficou dando aula pra gente lá nos fundos, comecei a treinar capoeira nessa época. Mas depois no Grupo Senzala, eu treinei com Mestre Camisa (hoje mestre do grupo Abadá), Mestre Peixinho, Mestre Cláudio Moreno, Mestre Gato, Mestre Sorriso, Mestre Garrincha. Eu era muito fominha, treinava de manhã, de tarde e de noite.

(M. G.) - O senhor sofreu um acidente de moto em 1977, aos 20 anos. Esse acidente lhe fez perder a visão da vista esquerda. Como o senhor encarou o problema? Isso atrapalhou a sua permanência na capoeira?
(M. C.) – Totalmente. Atrapalhou muito, porque você tem que reaprender a viver, você perde a noção de profundidade, você perde tudo. Fora o psicológico né?! Você fica abalado. De uma hora pra outra, você saber que vai ficar limitado por causa de uma visão. Mas como eu sempre fui muito radical em certas coisas, eu botei na minha cabeça que eu ia superar, que eu não ia para o lado errado.Treinei mais, voltei a fazer tudo, jogar bola, que eu jogava, treinar capoeira e cada vez treinar mais, para tentar superar isso aí e provar para todo mundo que eu era capaz. Da minha geração o único que se formou fui eu.

(M. G.) - Antes de ministrar aulas de capoeira o senhor chegou a trabalhar em outras atividades?
(M. C.) – Várias atividades. Mecânico de refrigeração, eu tive bar, tive lanternagem e pintura também. Várias atividades e cursei faculdade de direito até o quarto período. 

(M. G.) - Quando o senhor descobriu que queria dar aulas de capoeira?
(M. C.) – Eu ajudava nas aulas. Eu só ajudava, mas não tinha o meu trabalho. Aí aqui treinando junto com o Mestre Batata, ele começou a passar a responsabilidade para mim, de horário, de chegar, de ter que ficar dando aula e isso me fez ter muita vontade de ter essa responsabilidade. E me fez muito bem também, porque eu sempre fui uma pessoa muito tímida, isso tava mexendo comigo, tava me ajudando bastante a desenvolver esse lado de deixar de ser tímido. 

(M. G.) - Que outra profissão o senhor teria tido senão tivesse ingressado na capoeira?
(M. C.) – Eu tentei a faculdade de direito, mas descobri que não era a minha praia, tava só gastando dinheiro, que eu trabalhava para poder pagar a faculdade e não ia ser isso. A profissão que eu tenho é técnico em contabilidade e técnico de refrigeração, que essa profissão eu exercia muito bem, mas chegou a “encher o saco”.

(M. G.) - Como o senhor entrou para o Grupo Muzenza do qual faz parte hoje?
(M. C.) – Eu treinava com o Mestre Batata, o grupo era “Raízes d’África”, o Mestre Batata conhecia o Mestre Burguês (Presidente do Grupo Muzenza), viu que tinha futuro o negócio, aí conversou com a gente “Vamos entrar para Muzenza!”. Eu achei ótimo, porque a Muzenza na época era muito mais forte e a capoeira era mais moderna, uma capoeira bem melhor. A nossa capoeira tava bem antiga, bem primitiva, e a entrada para Muzenza foi muito boa.

(M. G.) – O senhor é casado há seis anos com Sueli Del Picha, que tem o apelido de Batatinha na capoeira. Ela era sua aluna, além de ser 20 anos mais nova que o senhor. Isso gerou algum tipo de preconceito ou mal estar entre os alunos, ou com a família dela?
(M. C.) – Entre os alunos de maneira nenhuma, os alunos sempre deram a maior força, porque independente da minha idade, o meu espírito sempre foi muito jovem, de conviver só com jovem, então minha cabeça sempre foi muito boa para esse lado. Agora em relação à família foi terrível. Uma filha bem mimada, eu 20 anos mais velho, foi difícil, mas depois tiveram que aceitar porque viram que a gente se gostava.

(M. G.) - O senhor tem um trabalho muito forte em Icaraí, principalmente com crianças. Trabalho esse que vem sendo desenvolvido há 30 anos. Além das aulas infantis nas academias, o senhor também dá aulas em escolas como “Cirandinha”, “Marly Cury”, Mv1 dentre outros. Colégios que atendem uma classe privilegiada de Niterói. É mais difícil atender esse público? O senhor tem autonomia na sua metodologia de ensino ou há alguma interferência da escola?
(M. C.) – Não é mais difícil. É gratificante porque o salário é bom, a gente ganha muito bem. Hoje o professor de capoeira dando aula em escolas particulares, se brincar, ganha mais que um médico, que deveria ser melhor remunerado. Mas um professor de capoeira, hoje ganha muito bem. É muito gratificante para quem gosta de criança, para quem gosta de trabalhar com criança. Não vejo nenhuma dificuldade em trabalhar com criança. Em relação à interferência da escola, de maneira nenhuma, porque a partir do momento que você desenvolve um bom trabalho ninguém vai opinar, mas se o trabalho não tivesse sido bem desenvolvido haveria interferência da escola. Até hoje, nunca houve interferência não. Tem planejamento de aulas, eu tenho uma equipe boa de professores, a gente está sempre tentando melhorar. 

(M. G.) - Esse trabalho com crianças, devido à classe social que ele atinge, é mais difícil de ser feito? 
(M. C.) – Com certeza. É muito mais difícil e requer muito mais atenção do que você dar aula numa comunidade. A aula numa comunidade, o aluno ta ali porque quer mesmo, quer fazer, não é modismo. Uma certa parte na rede particular é um pouco de modismo. Através da mídia, a capoeira ta na mídia, aí os pais colocam os filhos, mas a partir do momento que eles tem o contato com a capoeira, gostam. Mas tem que ter todo aquele cuidado, não pode ter um machucado, não pode cair, não pode nada. Tem que ter todo um cuidado maior. Em relação às comunidades já não. Já ta no sangue.

(M. G.) - O senhor foi homenageado no ano de 2004 com uma menção honrosa na Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Como foi receber essa homenagem?
(M. C.) – Foi muito legal. Fiquei muito feliz. Foi uma coisa assim que eu não esperava que fosse tão legal. Achei muito legal mesmo, mas ficaria muito mais feliz se fosse Niterói que é minha cidade. 

(M. G.) - Há um tempo atrás houve uma tentativa de regularizar a capoeira, fazendo com que os profissionais de capoeira fizessem cursos, para ter seu número do CREF/CONFEF 
(Conselho Regional de Educação Física/ Confederação de Educação Física) e assim terem uma espécie de licença para dar aula. Essa intervenção do conselho para o senhor é benéfica? Na sua opinião essa regulamentação é necessária? Como está essa situação atualmente?
(M. C.) – Muito benéfica. Vai credenciar melhor o profissional. E não parou não. O CREF ta em cima. Porque aí você vê, para você dar aula numa escola boa hoje tem que ter referência, se você não tem o CREF de cara você não vai. Montou uma academia nova, você quer dar aula lá, chega um garoto pra dar aula à primeira coisa que eles vão fazer é pedir CREF. Isso é muito legal. Agora em relação aos mestres antigos, é um direito adquirido, não tem como a lei ser retroativa. Mas isso aí daqui pra frente vai obrigar o profissional de capoeira a se interessar, a estudar. E eu fiz dois anos de CREF. 

(M. G.) - O senhor sempre esteve muito envolvido com trabalhos sociais, campanhas, dando aulas para pessoas menos favorecidas, ajudando da maneira que pode os menos privilegiados. Qual a importância da capoeira pra esses jovens e crianças e como pretende continuar esse trabalho social?
(M. C.) – A importância é toda. Para criança ocupar o tempo, não ficar à toa, não ficar pensando em besteira. Ta aprendendo uma defesa, é uma luta, é um esporte e é uma profissão. É uma profissão que hoje você vê muita gente vivendo de capoeira aí. Quem vive só de capoeira, como é o meu caso, vive bem. Agora quem não acredita na capoeira, trabalha um pouquinho na capoeira, trabalha um pouquinho ali, não acredita, eu acho que nunca vai crescer na capoeira, mas é uma profissão hoje. Tem vários exemplos dentro do grupo, gente que não tinha perspectiva nenhuma de vida, hoje ta bem de vida. 


(M. G.) – E como esse trabalho continua sendo desenvolvido hoje?
(M. C.) – É difícil, ta muito difícil. Porque ano eleitoral, ano que tem eleição, fica mais fácil, tem um apoio, coisa e tal, vem uns projetinhos. Depois que são eleitos eles somem. Mas agora a gente ta com uma meta, para um novo espaço para o pessoal carente, nas comunidades. To tentando desenvolver isso aí. 

(M. G.) - O senhor há pouco tempo esteve na Europa a trabalho, e sempre está viajando pelo Brasil, buscando capoeira. Tendo sido convidado inúmeras vezes por outros mestres e professores para ministrar cursos de capoeira. Qual a melhor viagem que o senhor fez? 
(M. C.) – Adorei Portugal, adorei a Espanha e amei a França. Fiquei louco com a França, é demais lá. Mas não foi tudo, a melhor viagem pra mim foi ao Piauí, que se não é o estado mais pobre do Brasil, é um dos. Então fui superbem recebido, um pessoal muito pobre, aulas de capoeira a R$ 5,00 por mês (o preço médio numa academia de Niterói é entre R$ 60,00 e R$ 80,00). E o carinho das pessoas lá não tem dinheiro que pague. Foi muito legal. A capoeira até um pouco antiga. Mas a melhor viagem que eu fiz foi ao Piauí, não ganhei dinheiro, muito pelo contrário, gastei, mas o calor humano, lá o pessoal gosta mesmo de capoeira.

(M. G.) - Como em todos os esportes, há uma rivalidade entre alunos de alguns grupos. Como o senhor vê essa rivalidade? Ela vem só dos alunos, ou alguns mestres apóiam esse tipo de rixa?
(M. C.) – A capoeira para quem não sabe, funciona igual futebol. Flamengo, Vasco, Fluminense, a rivalidade é natural. Por um lado é até benéfica, porque as pessoas vão desenvolvendo mais naquela competitividade e vão melhorando. Geralmente é a cabeça dos alunos, “ah meu mestre é melhor do que o seu!”, para um mestre isso é muito difícil, se é um mestre de capoeira mesmo, não vai ter essa besteira não. Agora se é um cara que dá aula de capoeira e tem outra profissão e o cara não vive de capoeira mesmo, aí tem cabeça pequena ainda. 

(M. G.) - E a concorrência dentro do próprio grupo.Campeonatos internos sempre são organizados? Como o senhor vê a rivalidade entre os alunos?
(M. C.) – Se não houvesse, os capoeiristas iriam se acomodar. Então você vê, no campeonato passado o Jabazinho (aluno graduado do Mestre Cid) ganhou. Todo mundo quer treinar muito para poder superar o Jabazinho e o Jabazinho vai ter que treinar mais, para não ser superado. Eu acho ótimo.

(M. G.) - A influência da mídia é algo muito forte na vida dos brasileiros, talvez no mundo todo seja assim. O senhor sente nas academias em que dá aula, como a mídia influência à entrada de novos alunos na capoeira?
(M. C.) – Com certeza, se não fosse a mídia à gente tava estagnado. A mídia é tudo, a capoeira chegou aonde chegou através da mídia e dos bons profissionais.



(M. G.) - No ano passado o senhor Organizou, com outros mestres e professores um evento mundial no Rio de janeiro. Quais as suas impressões sobre o evento? Quais foram as maiores dificuldades que o senhor enfrentou na realização de um evento com o porte desse?
(M. C.) – A maior dificuldade é sempre patrocínio. É muito difícil, porque a capoeira ainda não é um esporte olímpico, então o pessoal não se interessa muito ainda em apoiar, dar patrocínio. Agora dentro do evento, o evento foi maravilhoso. Exceto as pessoas do próprio grupo que não colaboraram, só queriam estar lá pra jogar capoeira, assim fica fácil.

(M. G.) - O reconhecimento que mais emociona é o dos alunos ou da comunidade capoeirística?
(M. C.) – Dos alunos sem dúvidas. A comunidade capoerística rola uma rivalidade ainda, tem sempre um querendo puxar o tapete do outro. Os alunos são tudo na minha vida.

(M. G.) - Mestre Pastinha dizia que o capoeirista não podia viver de capoeira. Apesar de todas a s dificuldades muitas pessoas tiveram uma chance na vida, se tornando profissionais de capoeira. Como o senhor vê essa questão contraditória?
(M. C.) – Mestre Pastinha falava que não podia viver de capoeira porque na época a capoeira era marginalizada, hoje em dia a capoeira é uma profissão. Hoje é reconhecido o Mestre de capoeira. Quem vive de capoeira como eu falei anteriormente, vive bem hoje, acreditando na capoeira vive bem, é só trabalhar. Você quer viver de capoeira, dá aula o dia inteiro. Você não vai querer viver de capoeira dando uma aula por dia e vai querer ganhar bem?! Se você der aula o dia inteiro, acreditar na capoeira, a capoeira vai te dar um retorno. 

(M. G.) - Ser Mestre é muita responsabilidades e é também o sonho de muitos capoeiristas. O senhor sabia desde o início que seguiria na capoeira até chegar a mestre? Era um sonho? O que mudou na sua cabeça quando o senhor foi graduado Mestre?
(M. C.) – Ser mestre não é ser graduado, é uma conseqüência do tempo. Quando eu peguei minha corda de mestre em 1995, a corda não dizia nada que eu era mestre, só o tempo ia dizer, o trabalho, o reconhecimento dos alunos, da sociedade, desenvolver um trabalho. Porque não adianta você pegar uma corda de mestre hoje e amanhã você parar, você vai ser mestre de quem? Mestre de você mesmo? Eu sempre quis ser professor, ser mestre seria a conseqüência, o professor pra mim era dar aulas, ter o contato, botar pra fora a timidez, falar em público, realizar eventos, dor de estômago por ta nervoso no evento, hoje em dia já não acontece mais, graças a deus.

(M. G.) - Dentro das suas turmas de alunos nós podemos ver várias classes sociais. A capoeira é acima de tudo uma arte com valores de igualdade, liberdade, fraternidade, respeito, conceitos esses muito fortes, que estão embutidos na própria filosofia da capoeira. O senhor já presenciou alguma forma de preconceito entre os seus alunos? 
(M. C.) – Dentro dos meus treinos, entre os meus alunos, o preconceito que eu sempre observei, mas tento corrigir é em nível de talento, por ser melhor, não por racismo. Pelo contrário “Ah o outro é melhor”, “Tem mais atenção”, é mais um ciúme. Eu sempre costumo conversar com os alunos a respeito disso “Quando você entrou na capoeira, se você não tivesse uma atenção, você não estaria hoje na capoeira”.Porque da minha turma eu era o que tinha menos jeito e mesmo assim to até hoje.

(M. G.) - Todo ano o senhor e seus alunos têm duas datas certas para homenagear com uma roda de capoeira o pequeno Raladinho, a data de seu aniversário e de seu falecimento. Eu queria que o senhor falasse um pouco sobre o Raladinho (Raphael), que era para o senhor como um filho, e que foi homenageado quando o seu primeiro filho nasceu.
(M. C.) – Eu conheci o Raladinho ele tinha acho que quatro pra cinco anos. Ele chegou na academia para treinar. Fez umas aulas, depois sumiu. E era um garoto muito levado, era muito esperto, eu fiquei meio triste “Por que será que o Raladinho sumiu?”. Ele teve o apelido de Raladinho, porque ele chegou com o rosto todo ralado, porque era muito levado, muito ativo. Aí procurei saber onde ele morava, fui na casa dele. Cheguei lá, fiquei sabendo que os pais dele eram separados e não tinha nada na casa dele, nem uma geladeira não tinha. Uma família grande sem uma geladeira e não tinha nem como pagar uma mensalidade de capoeira e o garoto gostava muito. Aí eu conversei com a mãe, falei com o dono da academia que eu dava aula na época, consegui uma bolsa para ele e ele ficou treinando. Ai treinava comigo até tarde e a gente saia, jantava. Essa época eu tava separado do meu primeiro casamento. Aí ia pra minha casa, acabava dormindo lá. Foi criado como filho tendo pai e mãe. O relacionamento até hoje é muito bom, tanto com o pai quanto com a mãe dele. A mãe praticamente foi deixando comigo. Aí fazias as viagens todas comigo, conheceu o Brasil todo, jogou capoeira com dois graus em Francisco Beltrão e assim foi. Aí uma viagem quando a gente voltou de Curitiba, ele quis visitar a mãe dele. Aí foi visitar a mãe dele, foi atropelado e faleceu, eu quase pirei né?! Ele tinha nove anos quando isso aconteceu.

(M. G.) – E foi um baque pra todo mundo, porque ele era muito querido né?!
(M. C.) – Ele foi um marco na capoeira infantil, porque até então não tinha. Ele treinava no meio dos adultos, porque não tinha uma aula específica para criança na época. Ele desenvolveu muito, só andava no meio dos adultos. E da época do Raladinho para cá, desenvolveu a capoeira infantil e foi uma meta na vida para mim. Ganhei muito dinheiro, muita fama através do Raladinho, porque ele foi ao Globo esporte, RJ TV, Faustão. Foi divulgado no Brasil inteiro que se tivesse um capoeirista melhor do que ele na idade dele... Com cinco anos de idade o garoto fazia mortal, fazia tudo. Hoje se você pegar uma criança de cinco anos de idade, mal ta gingando e fazendo uns golpezinhos, o bê - a - bá. Então ele foi um marco na minha vida, então a gente nunca vai esquecer. Botei o nome do meu filho de Raphael com ph em homenagem a ele. Ele nasceu em 87 e faleceu em 97. Meu filho Raphael nasceu em 2000. 

(M. G.) – Agora em Julho o senhor vai ser pai de novo. Uma menina, Amanda. E ai ta feliz? 
(M. C.) – Ah to muito feliz né?! Ainda mais um casal né?! Eu acho que não vai gerar ciúme.
 

Mestre Cid

biografia

Milcíades Ferreira da Costa Dourado

Nascido em 28/03/1957 em SÃO CAETANO / PE
 

Mestre Cid – Capoeira Terranossa

"Antigamente existiam dois tipos de graduações, cordel, que eram as cores da bandeira do Brasil e corda, que era a linhagem da Senzala. Não tinha muito mistério. Com o passar do tempo, com a vaidade dos homens, o que aconteceu? Foram criando graduações e graduações, misturando as cores, uma vaidade. Um dia o cara tá no seu grupo, aí ele sai e faz um grupo para ele e cria uma nova graduação. Acho que nunca vai conseguir padronizar. Se conseguisse voltar como era antigamente com apenas dois tipos de graduação, corda e cordel, mas é muito difícil por conta da vaidade dos homens que é muito grande."

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